A acessibilidade é um tema cuja discussão está se ampliando cada vez mais. Com o respeito à diversidade cada vez mais em pauta, como campanhas antibullying, pessoas com algum tipo de deficiência se sentem cada vez mais parte integrante e integrada da sociedade.
Porém, a acessibilidade não é apenas necessária no dia a dia de trabalho dos mais de 45 milhões de brasileiros deficientes, segundo dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para que possam ter real autonomia em todos os momentos, a acessibilidade também deve estar presente no turismo e nas atividades de lazer, incluindo todos os tipos de pessoas de forma concreta.
Com isso em mente, especialmente pelo Brasil ser a sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, o Ministério do Turismo criou uma plataforma colaborativa online, o Guia Turismo Acessível.
Nela, brasileiros e estrangeiros com deficiência (o guia vai ganhar versões em inglês e espanhol) poderão avaliar diversos pontos turísticos do país com relação à qualidade da acessibilidade do local.
Por ser colaborativo, as avaliações e participações do público são extremamente importantes. Só com a avaliação de quem precisa realmente da acessibilidade é que será possível construir melhores estabelecimentos, adequadamente adaptados para receber todas as pessoas igualmente, sem comprometer a sua autonomia.
A acessibilidade vai muito além da existência de rampas para cadeirantes e trajetos sinalizados para cegos. O turismo acessível também engloba a incorporação de audiodescrições em cinemas e teatros para surdos, visitas guiadas a museus e espaços artísticos em libras, espaços especiais para cães-guia, entre outros recursos.
Introduzir vagas especiais e treinar os funcionários em pontos turísticos e espaços públicos para receber as pessoas deficientes também são alguns dos pontos ainda a serem explorados pelo Ministério do Turismo.
O projeto, que foi criado por conta dos Jogos Paralímpicos deste ano, tem um grande potencial de expansão, sendo possível tornar-se um guia nacional de turismo acessível, para que todos os que possuem alguma deficiência – brasileiros e turistas estrangeiros – consigam conhecer o melhor do Brasil com qualidade, segurança e atendimento adequado às suas necessidades especiais, sejam elas quais forem.
Já existem alguns espaços e projetos que mostram que é possível conciliar muito bem turismo e lazer com acessibilidade. Um deles, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizado no Rio de Janeiro, tem uma estrutura adaptada e visitas guiadas por libras.
Dentro dos jogos e para além do megaevento esportivo, exemplos como esse são cada vez mais necessários no país.